Por Sinvaldo Júnior
Diário de Bitita, de Carolina Maria de Jesus – não é literatura (ou é?), mas é bom. Apesar do título, também não se configura como um diário. É uma espécie de autobiografia (ficcionalizada pela memória?), na qual a autora, desde a infância, de maneira ácida e ingênua ao mesmo tempo, precisa lidar com a miséria, as humilhações, a falta de perspectiva, mas também com a generosidade de algumas pessoas. Com linguagem fácil, é uma obra que prende o leitor do início ao fim.
Piffia Pivia, de Glauco Mattoso – aqui estamos diante da mais recente obra
do imparável da literatura brasileira. Publicada em novembro de 2022, versa
sobre os mesmas temas (punheta e podolatria), mas de formas mil. Glauco é um
exímio versejador e tudo que ele bota a mão, se não vira poema de alta
qualidade, vira prazer à leitura.
Sinvaldo Júnior
é professor de ensino médio, pesquisador acadêmico e revisor de textos (Textifique
Soluções em Textos). Publicou diversas
resenhas, artigos de opinião e artigos acadêmicos sobre leitura e literatura,
com foco em obras e autores brasileiros. É admirador de Carlos
Drummond de Andrade, Campos de Carvalho e
José Saramago. Mora em Uberlândia-MG.