Por Cláudio B. Carlos
Ele chegou faceiro,
depositou a caixa sobre a mesa e chamou toda a família para que víssemos o que
havia conseguido no centro da cidade, na saída do trabalho. Foi uma pechincha,
disse. Falou que se tratava de um animalzinho frágil, que faria muito bem a todos.
Disse que o bichinho comia pouco, e se chamava Paz. Pediu para que todos se aproximassem. Disse que abriria a
caixa. O guri menor arregalou bem os olhos e abraçou a perna do velho. Quando o
pai abriu a caixa, o bicho voou e desapareceu por um vão da cumeeira. Mal
tivemos tempo de ver a cor do animal. A Paz,
tão desejada pelo velho, foi embora de nossa casa, e ainda cagou sobre nossas
cabeças. O pai nunca mais foi o mesmo.