14 de jul. de 2010

'Múltipla escolha', de Lya Luft


“Como raramente cumprimos esses mandados, já ao levantar de manhã nos acompanha a sensação de que algo está errado conosco: dúvida e frustração. Somos severos cobradores das nossas próprias ações. No esforço de realizar tarefas que talvez nem nos digam respeito, tememos olhar em torno e constatar que muita coisa falhou. Se falharmos, quem haverá de nos desculpar, de nos aceitar, onde nos encaixaremos, nesse universo de exitosos, bem-sucedidos, ricos e belos? Pois não se permite o erro, o fracasso, nesse ambiente perfeito. Duro dizer ‘amei torto, ignorei meus filhos, falhei com minha parceira ou parceiro, votei errado, fracassei na profissão, não ajudei meu amigo, abandonei meus velhos pais e esqueci meus sonhos’.”
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Com uma trajetória literária de 30 anos e um repertório de 20 livros publicados, Lya Luft — maior fenômeno editorial do Brasil nos últimos anos, com milhares de leitores conquistados por Perdas & ganhos, que teve direitos vendidos para diversos países e freqüentou as listas de mais vendidos por mais de 80 semanas consecutivas — volta à cena num ensaio que reflete sobre os caminhos do nosso tempo. Caminhos e direções que, em sua multiplicidade, indicam não apenas paisagens distintas, mas, sobretudo, escolhas.

Em Múltipla Escolha, Lya indaga, debate e transgride com o fervor de alguém que refuta a mediocridade e escolhe a vida. Como se sobre um palco, cercada de portas simbólicas, o complexo mundo contemporâneo à frente, a autora convoca sua “tribo” para o necessário ritual de pensar. Em foco, questões fundamentais, como a velhice e a juventude, os novos dilemas e tabus da sexualidade, a comunicação virtual, as fronteiras entre o privado e o público, drogas, violência, bondade e perversidade, o mal-estar social: elementos-chave da nossa rotina diária.

Fala sobre esses “mitos modernos” que criamos para se tornarem senhores de nossa vontade e sobre os quais pondera num diálogo aberto com o leitor. “Gosto desse jeito mais direto de falar com meu leitor sobre, no fundo, partes do drama existencial humano, e algumas loucuras da nossa sociedade, nossa cultura. Sobre nadar contra a correnteza para não naufragar no espírito de manada destes nossos tempos. Enfim, esse tipo de ensaio, no sentido mais original da palavra, ‘ensaiar — discorrer sobre algum tema’, é mais um modo de me expressar. Simples assim”, argumenta Lya.

Lya também rebate a suposta liberdade que alcançamos. Longe de uma sociedade livre, somos, nessa nossa cultura impositiva tão cheia de obrigações, prisioneiros padecendo do que a autora chama de síndrome do “ter de”. “O ‘ter de’ é um feitor de escravos muito cruel. Ter de ser magra, linda, inteligente, forte, rico, blablablabla. A mim, sempre fora do esquadro, me impressiona a crueldade do ‘ter de ser’ físico. Acho que nos valorizamos muito pouco enquanto seres humanos pensantes”.

Da busca pela eterna juventude à ética na política, passando pelas transformações da família, Lya Luft mostra o quanto estamos enredados em práticas opressoras e que é importante assumir as rédeas de nossa vida e o caminho da nossa sociedade e cultura.
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MÚLTIPLA ESCOLHA
Lya Luft
Grupo Editorial Record/Editora Record
192 páginas
Preço: R$ 32,90
Formato: 14 x 21 cm
ISBN: 978-85-01-08952-6
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Sobre a autora:
Lya Luft começou sua carreira em 1980, aos 41 anos, com a publicação do romance As parceiras, seguido por A asa esquerda do anjo (1981), Reunião de família (1982), Mulher no palco (1984), O quarto fechado (1984), Exílio (1987), O lado fatal (1988), A sentinela (1994), O rio do meio (1996, Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes), Secreta mirada (1997), O ponto cego (1999), Histórias do tempo (2000), Mar de dentro (2002), Perdas & Ganhos (2003), Pensar é transgredir (2004) e, no mesmo ano, Histórias de Bruxa Boa, sua estréia na literatura infantil, tema que retornaria em 2007 com A volta da Bruxa Boa. Em 2005, publicou o volume de poesias Para não dizer adeus e, em 2006, a reunião de crônicas Em outras palavras. Em 2008, publicou o livro de contos Silêncio dos Amantes. Em 2009 voltou à literatura infantil, publicando junto com seu filho, o filósofo Eduardo Luft, Criança pensa, seguindo a linha de pensamento que busca estimular na infância e adolescência a observação, análise e discernimento. Formada em letras anglo-germânicas e com mestrados em Literatura Brasileira e Linguística Aplicada, Lya foi professora titular de Linguística de 1970 a 1980. Depois disso, dedicou-se unicamente a tradução e à sua literatura. Desde os 20 anos atua como tradutora de alemão e inglês, e já verteu para o português obras de autores consagrados, como Virginia Woolf, Günter Grass, Thomas Mann e Doris Lessing, além de ter recebido o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica em 2001 pela tradução de Lete: Arte e crítica do esquecimento, de Harald Weinrich. Desde 2004, assina a coluna Ponto de vista, da revista Veja.
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