Por Geraldo Lima
Ali
Sou um filho da puta, não nego. Sou uma falha da natureza. Mas, já que nasci, então faço valer. Remorso? Não, não. Não sei o que é piedade. Matar é o meu orgasmo. Vivo no breu, ainda que haja luz. É, a senhora é uma mulher corajosa, estou admirando. Não tem medo da morte... Aqui, comigo, sem nada que a proteja. O que tanto vasculha em mim? Algum vestígio de Deus?
Anjo de botas II
Eu, no meio da forquilha, depois do 69, do toma-lá-dá-cá. As botas negras no alto, excitantes. Queria senti-las fustigando meus flancos, cavalo louco cavalgando a potranca selvagem, banhado de suor. Relinchando de prazer, de dor. Nem sei mais o que fazia ali, só a cabeça girando, girando. Diz então que estou te matando, diz! diz!
Calada
Um homem vem à noite. Ela ouve seus passos no corredor, mas não se move. Ele se assusta com o rangido da porta, quase recua, mas, resoluto, prossegue. Junto à cama, resfolegando, crescem-lhe os desejos insanos. A visão do corpo seminu, na penumbra do quarto, turva-lhe a mente. Ela poderia gritar, mas não grita. A mão sobre a sua coxa é bem familiar.
.
Ali
Sou um filho da puta, não nego. Sou uma falha da natureza. Mas, já que nasci, então faço valer. Remorso? Não, não. Não sei o que é piedade. Matar é o meu orgasmo. Vivo no breu, ainda que haja luz. É, a senhora é uma mulher corajosa, estou admirando. Não tem medo da morte... Aqui, comigo, sem nada que a proteja. O que tanto vasculha em mim? Algum vestígio de Deus?
Anjo de botas II
Eu, no meio da forquilha, depois do 69, do toma-lá-dá-cá. As botas negras no alto, excitantes. Queria senti-las fustigando meus flancos, cavalo louco cavalgando a potranca selvagem, banhado de suor. Relinchando de prazer, de dor. Nem sei mais o que fazia ali, só a cabeça girando, girando. Diz então que estou te matando, diz! diz!
Calada
Um homem vem à noite. Ela ouve seus passos no corredor, mas não se move. Ele se assusta com o rangido da porta, quase recua, mas, resoluto, prossegue. Junto à cama, resfolegando, crescem-lhe os desejos insanos. A visão do corpo seminu, na penumbra do quarto, turva-lhe a mente. Ela poderia gritar, mas não grita. A mão sobre a sua coxa é bem familiar.
.