Por Milton Rezende
Como das outras vezes
eu tive que me perder
para me encontrar
retroceder para seguir
adiante no meio do escuro.
um porto seguro
me esperava com
a tenacidade de uma
ave migratória em idílio.
o ninho estava quase
pronto na escarpa do morro
para abrigar-nos da maldade
e gerar um novo ser, que se foi!
Do livro Um Andarilho Dentro de Casa
1902 - Drummond – 1987
Aqui jaz a poesia
em sua forma mais
plena e vigorosa.
Não há, no mundo,
notícias de que ela
tenha sido
melhor cultivada
do que nas terras
ferrosas dos canteiros
de Itabira.
Do livro Inventário de Sombras
Milton Rezende, poeta e escritor, nasceu em Ervália (MG), em 23
de setembro de 1962. Viveu parte da sua vida em Juiz de Fora (MG), onde foi
estudante de Letras na UFJF, depois morou e trabalhou em Varginha (MG).
Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em
prosa e poesia e sua obra consiste de quatorze livros publicados. Tem um site e um blog.