2 de jul. de 2010

'Rapsódias - Primeiras histórias breves', de Rodrigo Novaes de Almeida


Por Rogers Silva
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Rapsódias – Primeiras histórias breves, de Rodrigo Novaes de Almeida, é um livro estranho. Curto (apenas 100 páginas), de contos curtos (apenas três, dois ou um ultrapassa(m) as 3 páginas) e místico (ou misterioso? Ou alegórico?). É um livro que logo em seu início mostra a que veio: causar estranheza. Poièsis, o primeiro texto, intertextual até a medula, causa estranheza pela sua repetição. Como Saturno a devorar seus filhos. Além de ora místico, ora misterioso, ora alegórico, Rapsódias é mitológico, o que quer que signifique essa palavra ao se referir a um livro. A pequena formiga e a pedra que não existe, o segundo texto (conto?), lembra – mesmo que indireta e inconscientemente – aquela música do Raul Seixas. Qual? Neste texto, o do Rodrigo, a formiga sonha que nós existimos, então passamos a existir, e tudo passa a existir, uma vez que existe uma formiga que sonha que nós existimos, e que tudo existe. A própria formiga só existe porque ela sonha que formigas existem. Bizarro. Não disse?

No entanto, são vários os textos (contos?) menos estranhos no livro. Redondinhos e tradicionais, do tipo que 80% dos leitores gostarão. Os outros 20% se deliciarão com os textos estranhos. Entre os “normais” (o que é normal neste mundo?), com direito ao início “Era uma vez”, está o lindíssimo Sonho de menino, cuja história trata de um menino que sonhava em ser poeta, porém cresceu, esqueceu o sonho, arrumou emprego, casou-se, teve filhos, netos e bisnetos. Mas, velho, decidiu-se pegar um papel, um lápis e escrever. O que, então, aconteceria? Entre os estranhos, mas non troppo, está o cru Paredes de ossos fissuras e fraturas expostas, em que perplexos, nós leitores, nos deparamos com alguém morto, no túmulo, sem cabeça (arrancada do resto do corpo na hora do acidente), os ossos triturados, os olhos esbugalhados – a fragilidade da vida.

Entre normais e estranhos, mas excelentes, estão O fluxo orgânico das coisas e o sentimento, , Supernova, As sereias de Copacabana, A profecia prostituta, o engraçado Porque mexer com o diabo dá nisso, Jardim negro, Queima-de-arquivo, Ela morre no final etc. etc. Todos eles, curtos ou curtíssimos. Numa sentada (ou duas, no máximo), é possível ler Rapsódias - Primeiras histórias breves. Sugestão: como trilha sonora, que tal os álbuns mais bizarros do Radiohead? Um pouco de estranheza, entre tantos clichês e lugares-comuns e recorrências, faz bem para o cérebro. Ô se faz!
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Rapsódias – Primeiras histórias breves
Autor: Rodrigo Novaes de Almeida
Editora: Multifoco
Lançamento: 2009
Gênero: Contos
Número de páginas: 102
ISBN: 978-85-60620-87-6
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Onde comprar:
Site da editora ( http://bit.ly/rapsodias )
Ou diretamente com o autor.
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Sobre o autor:
Rodrigo Novaes de Almeida publicou, pela Multifoco Editora, o livro de contos Rapsódias – Primeiras Histórias Breves (2009), pela Mojo Books, a ficção A saga de Lucifere, e participou das antologias Portal Stalker e Portal Fundação (org. Nelson de Oliveira). Mora no Rio de Janeiro, RJ. Bloga também em http://rodrigonovaesdealmeida.blogspot.com/
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