25 de jun. de 2010

Fim de 'Amor amor: ruínas'

Por Rogers Silva
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Leitores d’O BULE, chega ao fim a série Amor amor: ruínas, de minha autoria, retirada do livro parcialmente inédito Manicômio.

Escrito entre 2002 e 2006 – deixado de lado por umas 3 vezes, esquecido por uns 4 anos, nunca enviado pra editora nenhuma, ainda não terminado –, Manicômio é fruto de uma obsessão. Noites perdidas. Estresse. Pesquisa. Mil leituras. Esperança. Empolgação. Emoção. Imaginação. Lembranças. Frustração. Ora escrito com sangue, ao pé da letra.

Eis, então, trechos de alguns dos contos da série e, em conseqüência, do livro. Caso se interesse, escolha um e leia.

> Flávia
Flávia, nome lindo, tu és a flor do meu jardim. Tu és o clichê da minha novela romântica. Tu és lugares comum. O sorriso que me ofereceste, este, aqui está, ó, dentro de mim, da memória e do, sobretudo, coração. Flávia, teu jeito calado, tímido, me mata de morrer, pois me dá vergonha de te dizer-te que, Flávia, quero muito, mas muito mesmo, te amar. Te amar sem jeito. Te amar sem palavras. Te amar sem te amos. Amar, simplesmente amar.

> A fuga
Estendido na cama, agora, lembra-se de exatamente um ano atrás. Sangue. Muito sangue. Fernandinho gostava de sangue – relembra. Suzanna odiava. Deitado, confuso, percebe – o esquecimento foi o melhor dos presentes que já recebeu. Porém, agora, o esquecimento tornou-se – misturou-se à realidade.

> Clarissa
Eu sentia a respiração da Clarissa, távamo muito perto, o pradão era pequeno e apertado e tava até meio escuro lá dentro. Eu ia falá alguma coisa mas ela disse shhhiii e colocou o dedo na minha boca. Távamo pertinho um do outro e ela foi assim chegano, chegano e pegou na minha mão. Eu tremi e senti uma coisa estranha. Credo. Aí então ela me deu um beijo na boca assim tão rápido e aí o Felipinho apareceu e gritou Clarissa e Hugo! Peguei! A Clarissa correu bem depressa mas eu fiquei paradinho dentro do pradão sentino aquele gosto estranho além do friozinho. À noite, na cama, eu pensava que Clarissa era minha namorada e beijava o travesseiro e sentia uma coisa boa mas estranha. E chorava. Mas não chorava assim de dor ruim. Era bom.

> Beócia carta para um mundo igualmente etc.
Dada a cena que esmaga a minha mente já esmagada (se não, não estaria aqui, e assim), decidi, por unanimidade, ou seja, um voto a zero, suicidar-me. Vejo palhaços, e sinceros (o que é pior) mortos, com um sorriso nos rostos, em rostos (para ser mais exato) feios e iguais ao meu – por isso do meu arrependimento e da conseqüente decisão de me matar, porque não vejo, por enquanto, alternativa melhor (se tem, por favor, venha me informar qual, no máximo em vinte minutos).

Obrigado a todos pela leitura e comentários.
E, hoje ainda, a apresentação do folhetim Meus olhos verdes.
Espero que acompanhem e gostem.
Abraços & Beijos.