Você já tem uma larga experiência no jornal Rascunho, então, por que o livro de estreia só agora?
PELLANDA - O momento em que estreamos editorialmente não é definido por nossa vontade.
Seu livro foi apresentado como a grande novidade do ano por escritores de peso. Isso fez com que o livro tivesse uma repercussão maior?
Algumas pessoas já me disseram que, quando as apresentações a uma obra e os elogios a um autor são muitos, é melhor desconfiar de ambos, do livro e do escritor, pois tudo lhes cheira à politicagem.
Os contatos, as amizades e os comentários influenciam na seleção de um original?
Estamos falando de mercado, e o mercado sempre envolverá dinheiro e redes de contatos.
Que papel a internet pode desempenhar em relação à literatura?
Quem é ruim provavelmente se queimará.
A que você associa essa sua “liberdade interior” de escrever? Há aí a influência do rock, já que você é músico e participou da banda Woyzeck?
A liberdade de escrever terá sempre um limite, estabelecido por cada autor no momento em que define o que quer transmitir aos seus leitores.
Para você como é essa imbricação de literatura e música, onde uma está mais impregnada na outra?
Me parece que ela se faz notar, em meu trabalho, por meio de certa contagem interna de tempo, algo que, possivelmente, somente eu percebo.
O afã de escrever obras realistas, cruas, que discorram sobre a violência ou que sejam de alguma forma provocadoras, com linguagem coloquial e concisa, você acha que muitos autores contemporâneos estão se lixando para essa força: o poético?
Não sei dizer se estão se lixando para esse recurso, ou se simplesmente os interessa mais a concisão.
Leitores d'O BULE, será sorteado 1 (um) exemplar do livro O Macaco Ornamental, de Luís Henrique Pellanda. Leia a entrevista amanhã e descubra como concorrer.