Escusado moldar
partida metrificação.
Cortar no meio verso
e erguer muro
de (in)concreto sal
e regência.
Será proveito calcular
traço de planificação
e enviar sentido
dobrado em papel
onde não cabe
essência?
Antes rasgar os mapas.
Subverter a forma
é tiro na luz.
Ritmo pede
mais que ar:
asa.
Signo quer
o universo
ou nada
Torna-se a carne verbo.
A vida é no imperativo
Amor, palavra.
PERFEIÇÃO
O antes da linguagem,
uma ponte.
Água salgada no seu rosto
ou
apenas ímpeto?
Pavimento liso,
sem rugas, sem rasgos.
O antes de tudo.
Sem monstros, sem nada.
Quis ser o quê?
Sol?
Sonhei, mas não mais.
A vida é.
Só.
Laura Assis nasceu em 1985 e é mineira de Juiz de Fora, cidade onde sempre viveu. Formada em Letras pela UFJF, é atualmente aluna do mestrado em Estudos Literários na mesma instituição. Trabalha como assistente editorial na Revista Ipotesi (www.ufjf.br/revistaipotesi) e é uma das editoras do Geléia Geral #001 (http://geleiageral001.blogspot.com). Tem poemas, contos, resenhas e artigos publicados em antologias e sites espalhados por aí.
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