22 de mar. de 2010

Poesia, Laura Assis

MANUAL

Escusado moldar
partida metrificação.
Cortar no meio verso
e erguer muro
de (in)concreto sal
e regência.

Será proveito calcular
traço de planificação
e enviar sentido
dobrado em papel
onde não cabe
essência?

Antes rasgar os mapas.
Subverter a forma
é tiro na luz.

Ritmo pede
mais que ar:
asa.

Signo quer
o universo
ou nada

Torna-se a carne verbo.
A vida é no imperativo
Amor, palavra.


PERFEIÇÃO

O antes da linguagem,
uma ponte.

Água salgada no seu rosto
ou
apenas ímpeto?

Pavimento liso,
sem rugas, sem rasgos.
O antes de tudo.
Sem monstros, sem nada.

Quis ser o quê?
Sol?
Sonhei, mas não mais.
A vida é.
Só.


Laura Assis nasceu em 1985 e é mineira de Juiz de Fora, cidade onde sempre viveu. Formada em Letras pela UFJF, é atualmente aluna do mestrado em Estudos Literários na mesma instituição. Trabalha como assistente editorial na Revista Ipotesi (www.ufjf.br/revistaipotesi) e é uma das editoras do Geléia Geral #001 (http://geleiageral001.blogspot.com). Tem poemas, contos, resenhas e artigos publicados em antologias e sites espalhados por aí.
.