Por Claudio Parreira
TE FIZ O PRESENTE mais belo. Um embrulho de sílabas cintilantes, dentro dele uma caixa, dentro da caixa todo o meu amor.
Mas você não viu. Preferiu declamar horizontes distantes e desconhecidos, saltitar conhaques como quem filosofa todo o entendimento do mundo.
De minha parte apunhalei margaridas em teu nome. Chicoteei borboletas. Mas teus olhos surdos jamais sentiram o perfume dos meus sentimentos.
Loucura, eu sei. Porque você não vale poemas nem suspiros. Você não vale nada.
Os laços da paixão em volta do meu pescoço, asfixia. Teu nome que a minha língua insiste em não esquecer. Minhas mãos cheias de nada.
As meninas sorriem pra mim na rua. Outras chovem beijos e intenções. Besta, dispenso a todas com a polidez das açucenas. Fidelidade é um tronco atravessado na garganta.
Um dia hei de me vingar pelos meus desvarios em tua homenagem. E será um gozo enfim, o último gozo: vais receber pelo correio o meu coração ensangüentado, arrancado do peito com minhas próprias mãos, prova mais-que-perfeita dessa história de amor que jamais aconteceu.
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Mas você não viu. Preferiu declamar horizontes distantes e desconhecidos, saltitar conhaques como quem filosofa todo o entendimento do mundo.
De minha parte apunhalei margaridas em teu nome. Chicoteei borboletas. Mas teus olhos surdos jamais sentiram o perfume dos meus sentimentos.
Loucura, eu sei. Porque você não vale poemas nem suspiros. Você não vale nada.
Os laços da paixão em volta do meu pescoço, asfixia. Teu nome que a minha língua insiste em não esquecer. Minhas mãos cheias de nada.
As meninas sorriem pra mim na rua. Outras chovem beijos e intenções. Besta, dispenso a todas com a polidez das açucenas. Fidelidade é um tronco atravessado na garganta.
Um dia hei de me vingar pelos meus desvarios em tua homenagem. E será um gozo enfim, o último gozo: vais receber pelo correio o meu coração ensangüentado, arrancado do peito com minhas próprias mãos, prova mais-que-perfeita dessa história de amor que jamais aconteceu.
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