10 de mai. de 2021

Prosas poéticas

Por Sara Lacerda


A Incansável Arte de Te Amar

Meu amor, seu amor quando se junta com o meu é pura magia em um mar prateado de poesia, tomado por uma beleza esplêndida. Somos então um conjunto de almas unificadas em um mistério indecifrável dessa ligação inevitável que nós tira o ar, o chão e nos transporta em um universo rodeado de paixão.

É nesse nosso céu particular onde desejo permanentemente ficar, mergulhar nos teus braços e fazer moradia nos teus abraços... e a única coisa que almejo desse momento é saborear as trocas dos nossos segredos, sonhos, sorrisos mais íntimos.

Permanecemos, então assim: inebriados por esse sentimento louco que nós faz tremer a todo instante. E o que falar dessa chama que queima o nosso âmago com cada toque que damos? Diria que não tem o que falar, apenas o silêncio consegue transmitir toda essa linguagem poética que sai de dentro da gente.

Assim, nos perdemos em meio a essa infinitude de sensações que jorra desejos por todo canto, e nos preenche de maravilhas. Deixe-me exprimir mais desse mundo desconhecido que é o Amor... essa nossa atração que temos pelo outro é tão forte, tão poderosa que enfeitiça os nossos olhares, penetra fundo nos nossos beijos e acelera os nossos corações a cada minuto.

Meu querido, juntos somos compostos de gotículas tão lindas que em um suave ballet fazem acrobacias dentro dessa nossa partícula da qual fazemos parte: é um levitar de movimentos, tudo em sincronia. Tudo isso somado à uma combinação lírica desse nosso envolvimento.

Ainda te digo que amar pode ser mais que um simples verbo transitivo direto. Amar às vezes é adjetivo outras vezes substantivo, ele pode ter vários significados dependendo do contexto em que inserimos ele, e também do momento em que estamos gerando assim uma carga elétrica grande em nossas emoções.

Por fim, quero eternamente, unicamente nós (sempre plural e composto) sob uma fonte de prazeres inesgotável. E quero me deleitar sobre ela fazendo sons, cores, cheiros e formas resultando no fim à essa incrível arte de ritmo e rimas que compomos juntos: o nosso Amor.

  

A Pluralidade de Te Amar

Meu Amor, o que falar do Amor? O que ele é? Vou começar dizendo como ele seria no singular. Podemos dizer que explicar o inexplicável se torna um pouco complexo demais, mas vamos lá... sentimos o Amor o tempo todo e todos os dias. Ele não muda de cor, de cheiro, ele permanece único e a intensidade é muito mais forte quando selamos duas almas em uma só jurando declarações. Agora, se ele tem um significado próprio eu ainda não sei, mas prefiro pensar nele como sendo algo que transcende ao além do que sentimos.

Deixe-me exemplificar um pouco desse sentimento tão lírico. Diria que começa com uma ardência que queima lentamente o nosso íntimo. Depois invade o nosso coração, a alma e purifica a nossa vida com um tipo de felicidade ainda desconhecida. E assim ficamos a mercê desse misto de sensações por tempo indeterminado, talvez pela eternidade, pois é tudo indefinido quando se trata de amar.

Agora, o que seria o Amor no plural, ou seja, quando nos tornamos nós? O que seria adentrar fundo nesse sentimento dessa pluralidade tão mágica? Vejamos, se no singular o Amor já exerce algo tão grandioso, no plural ele simplesmente é: louco, insaciável, arrebatador e que se apropria de nossos sentidos a cada minuto que entramos em contato com ele... nos tira o ar e deleta todos os nossos pensamentos confusos esvaziando a nossa mente, e assim entramos em um estado de euforia. Nós, meu amor, somos assim, sabia? Somos compostos por uma paixão inevitável e um fervor descontrolado. 

É simplesmente assim: a linguagem que nossos corpos emiti é recheada de poesia, todas elas com alguns contrastes, algumas frestas, mas todas tão belas que são repletas de sons em tons graves e baixos..., mas quando chega ao êxtase é onde as notas mais altas estão, e assim conseguimos reproduzir essa nossa melodia que dá um fim em uma sinfonia de sentimentos e emoções.

Concluo, por ora, que tomados por esse fascínio somos todos meros poetas e questionadores de um sentimento belo e incrivelmente eletrizante.


Vagando entre Prosa e Poesia

Quando começo a escrever, o tempo para pra mim, nada mais importa a não ser aquele universo absoluto que me aproprio todos os dias com tanta alma: que é a arte da escrita. Muitas vezes me torno sujeita de uma arte tão complexa, densa e solitária, mas ao mesmo tempo, de uma leveza sublime que simplesmente as palavras vão saindo da minha mente e vão dando forma em um conjunto de sentenças ainda incompletas. É um sentimento indescritível.

De início vou me fazendo de versos, linhas, métricas e rimas em várias estrofes ainda inacabadas. Então, chega o momento da pausa, da respiração, e é aí que pego a inspiração e me jogo em um mar de metáforas estonteantes. Mas tem momentos que no caminho dessa construção sou só a junção de vários parágrafos incompreendidos da minha essência. E aí me encontro compondo uma rica combinação de palavras que só sendo lírica demais, profunda demais para entender a beleza que ressalta de seus significados.

Esse processo de criação da qual transito durante dias e horas se torna lento, demorado, mas repleto de encantos onde vou aproveitando cada segundo. Fico inerte a essa acrobacia de palavras e vou me misturando dentre elas, sentindo cada som, cada fonema seu. Dessa maneira, vou navegando por entre vogais e consoantes, passo por pronomes, adjetivos e advérbios onde finalizo em uma incrível oração.

Essa arte da qual me caracterizo sempre uma poeta singular e indefinida, vai se transformando, dando sentido e lapidando meus sentimentos: minhas emoções, minhas vontades, meus desejos mais sinceros para no final resultar em uma combinação mágica e surpreendente. Então, só assim termino completa, transformada em cima de uma magnífica prosa ou poesia.

 

Sara Lacerda tem 33 anos, mora em Fortaleza-CE e é estudante do curso de Letras-Inglês Ead. Ama Literatura e escreve desde a adolescência; nos momentos livres adora viajar dentro de um bom livro e assistir a uma boa série e filme.

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