24 de out. de 2010

CorraAtrásDessesLivros (5ª edição)

Nessa edição da campanha CorraAtrásDessesLivros selecionamos algumas tuiteiras da nossa timeline! Em novembros será a vez dos tuiteiros e em dezembro... aguarde! Uma grande surpresa de Natal.

Letícia Rangel (no Twitter é @leletrangel) sugere »
Rakushisha, Adriana Lisboa – O livro de Adriana Lisboa é uma grande viagem. Ao Japão de hoje, ao Japão feudal, e ao epicentro de nossas emoções, reações e sensações. Com diários entremeados cheios de possibilidades perante o acaso e as relações que dispensam nomenclaturas.
A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón Com uma descrição impecável de uma Barcelona cinza, Zafón nos conduz ao mundo sombrio, fantasmagórico e profundo de um escritor que sofreu os preconceitos e os massacres emocionais típicos da sociedade espanhola no pós-guerra civil. Com personagens fortes e densos, a narrativa é contemplada com um cenário de livros, livrarias e sebos capazes de mudar a vida.
Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, Mia Couto – Costurado com doçura e um sotaque que se percebe durante toda a leitura. Da viúva que recebe o neto. Do estudante que volta para a casa e para a família, e que tem a mesma sensação dos leitores do Mia: um visitante tomando contato com sua casa e sua terra.

Letícia Rangel é carioca, budista e flamenguista. Quase jornalista, quase professora, quase escritora. Vive dos livros. Emocional e financeiramente.

Michele Fernandes (no Twitter é @Mittyrodrigues) sugere »
Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley – O romance distópico que narra um futuro onde as pessoas são alteradas bio e psicologicamente a viverem em conformidade com as leis e regras sociais. Quase profético, já que Huxley acerta em alguns pontos de como vivemos no séc.XXI. Com uma narrativa dinâmica, mas não tão fácil. E com assuntos abordados por uma ótica meio chocante, que é a intenção do autor, como o sexo.
O Beijo da Mulher Aranha, Manoel Puig – Numa mesma cela, um é homossexual está preso por comportamento imoral e o outro é um prisioneiro político. O primeiro, para fugir da triste realidade que o cerca, inventa filmes para onde escapa; o outro tenta se manter o mais politizado possível em relação ao momento que vive. Mas esta convivência faz com que os dois homens se compreendam e se respeitem.
Vagalúmen, Ramiro Conceição – Livro com algumas poesias do autor Ramiro Conceição que diz, que o poeta se redime através da poesia, pois, “um coração de terra com pedaços de pão onde ao cair da tarde, os pássaros vêm e vão.” São poesias bem elaboradas e com narrativa simples.

Michele Fernandes sempre gostou de ler e estudar. Confessa que na escola, não gostava muito de literatura, mas depois, desenvolveu um senso e vontade grandes para ler. Formada em Turismo e Administração Pública, trabalha para o Governo do Estado de Goiás. Não escreve nada, seu vício mesmo é ler o que as grandes mentes escrevem.

Débora Gauziski (no Twitter é @debsgauziski) sugere »
Medo e Delírio em Las Vegas, Hunter S. Thompson – Medo e Delírio é o principal representante do movimento do Jornalismo Gonzo, que deu um coice muito mais forte e doloroso no relato jornalístico tradicional, repleto de entediante objetividade e pretensa imparcialidade. Por meio de uma narrativa completamente doentia, que mistura diálogos surreais, pensamentos desconexos, gritos e interjeições de toda sorte ao texto, o autor ridiculariza a sociedade, as autoridades e as políticas antidrogas, expondo a morte do “sonho americano”. Se os fatos são o combustível, o relato de Thompson é a combustão.
Alta Fidelidade, Nick Hornby – Alta Fidelidade é um livro sobre dor de cotovelo, desilusão, música pop e os dilemas do amadurecimento. Através de um relato sarcástico, referências a filmes e canções e muitos comentários ácidos, o narrador dá voz a uma geração que não consegue se encaixar no mundo adulto e que busca o autoconhecimento e a felicidade. É tão cotidiano que é praticamente impossível não se identificar com os personagens (ou lembrar de alguém que conhecemos). É um livro que fala sobre como superar os questionamentos da juventude sem, no entanto, abandonar nossas convicções.
A Grande Arte, de Rubem Fonseca – Chega a ser difícil explicar porque Rubem Fonseca é um dos maiores autores brasileiros, pois após ler um livro escrito por ele isso se torna óbvio. Em A Grande Arte, as descrições dos cenários e dos personagens são tão bem detalhadas que a narrativa parece estar acontecendo diante de nossos olhos. Tornamos-nos então testemunhas de uma trama complexa, através de uma narrativa agressiva que expõe o caráter diabólico da violência. Além disso, Fonseca tem o poder mágico de transformar personagens planas e prosaicas em esféricas e exalantes de vivacidade.

Débora Gauziski é jornalista, colaboradora no fanzine Linfa e uma caçadora de sons, imagens e palavras full time. Adepta da filosofia gonzo Huntherthompsonesca (amém!) e possui uma espécie de Mr. Hyde quando passa do sétimo copo.

Juliana Gomes (no Twitter é @jujugomes) sugere »
Teatro de Sabbath, Phillip Roth – Até onde o sexagenário personagem Mickey Sabbath te levaria para mostrar os melindres do sexo e os limites da morte? Haverá limite? O que é moral ou amoral?Roth pega seu leitor pela mão e o leva para passear nos caminhos que poucos têm coragem de seguir. Nem preciso dizer que ele é meu ídolo, merecedor de Nobel...espero que a Academia veja isso antes de sua morte!
A Trégua, Mario Benedetti – Este foi o autor que me iniciou na literatura latina americana e virou o meu xodó! O início de uma paixão que cresce para o amor sem ser interrompida pela morte... simplesmente lindo! E não é livro espírita, é uma reflexão sobre os sentimentos sem idade ou ideologias. A biografia deste autor mistura política, amizade com escritores famosos e amor pelo Uruguai! Começou a escrever apenas aos 50 anos depois de ser incentivado por seus amigos famosos (Garcia Marques e Llosa).
Crônica da Casa Assassinada, Lucio Cardoso: Tênue linha entre fé, amor e morte! Esta frase dele mostra isso: “Só as pessoas fortes podem viver a realidade definitiva das coisas; quase todo mundo vaga numa atmosfera morna de fantasia”. E quem disser que nunca pensou em ser outro, estará mentindo como alguns personagens de Lucio Cardoso. Depois de pesquisar sobre o autor, reparei que este livro é totalmente autobiográfico.

Juliana Gomes é Livreira em tempo integral e marketeira metida a besta nas horas de trabalho!

Gisele Almérida (no Twitter é @capitusoueu) sugere »
Lolita, Vladimir Nabukov – Li aos 15 anos e não pude deixar de me identificar. Torci desavergonhosamente por Humbert. Rico em detalhes descritivos. Uma estrutura, com certeza, inovadora para a sua época (1955) ao misturar alguns estilos. Gerou diversos debates e polêmicas, muitos o consideram um livro ‘sujo’. Talvez. Obsessivo, com certeza. Vemos claramente o Humbert perder a sua lógica e a razão para a jovem Dolores (Lolita) que de ingênua nada tinha.
Razão e Sensibilidade, Jane Austen – Jane Austen nunca sai de moda! Vide essa coisa de zumbis que ronda a obra dela agora. O contraste de personalidade explicitado no título das irmãs Elinor e Marianne Dashwood e como essas buscam a felicidade são a mola desse que uma das principais autoras inglesas, porém não a melhor, mas foi a minha porta de entrada a sua obra.
Passeio ao Farol, Virginia Woolf – Não entendi absolutamente nada da primeira vez que li, mas retornando a leitura, motivada por um amigo, Reli. Fluxo de consciência, narrativa simultânea, ação reflexiva... super denso. Toda a narrativa tem como epicentro a Sra. Ramsey e num tom triste o tal passeio ao farol só se dá no final da narrativa. Ainda não entendo completamente, mas é lindo e tocante.

Gisele Almérida se orgulha da sua ascendência andaluza que lhe deu traços árabes que adora. Foi turismóloga e hoje vive semi-embarcada numa plataforma de petróleo, ao redor de homens, dando... aulas de inglês e espanhol.